quinta-feira, 7 de março de 2013

O Oscar da arquitetura vai para...

 

Em meio a tantos prédios enormes, parece difícil escolher o mais bonito, mas a empresa alemã Emporis, que faz o registro de todos, conseguiu escolher os dez melhores de 2012. Os eleitos têm de sobra inovação tecnológica, design e, é claro, altura.
A lista mais recente considerou 220 novos edifícios finalizados em 2011 e deu o prêmio a um projeto do renomado arquiteto Frank Gehry, em Nova York, por sua fachada de aço ondulado. O segundo e o terceiro lugar, no entanto, ficaram com emirados árabes, famosos pelas construções impressionantes: Kuwait e Abu Dhabi. Quem mais se destacou foi a China, único país com duas colocações, no quarto e no décimo lugar. Confira a lista completa:

New York by Gehry, EUA
New York by Gehry, EUA (Fotos: Divulgação)
 
1. New York by Gehry, Estados Unidos – O grande prêmio do ano foi para o conceituado arquiteto canadense Frank Gehry. Para os juízes, os 10.500 painéis de aço inoxidável, cada um com uma forma diferente, deixaram “o céu de Nova York ainda mais impressionante”. Gehry é ganhador do prêmio Pritzker e ficou conhecido mundialmente por misturar arquitetura e arte. O prédio é residencial e tem 76 andares e 265 metros.

Al Hamra Tower, Kuwait
2. Al Hamra Tower, Kuwait – Driblar o calor do deserto foi o principal desafio para o escritório de arquitetura Skidmore, Owings and Merrill. No arranha-céu da Cidade do Kuwait foram usadas paredes de concreto e pedra, que deixam o interior naturalmente mais fresco. O incrível prédio de 412 metros e 80 andares tem vista para a cidade e para o deserto.

Etihad Towers, Abu Dhabi
3. Etihad Towers, Abu Dhabi – Mais que um arranha-céu, o terceiro lugar foi para um complexo de 5 torres, com área total de 490 mil metros quadrados. Os prédios têm formato de velas, uma homenagem à história de Abu Dhabi como região portuária. Três construções são residenciais, uma é comercial e uma funciona como hotel. A maior delas tem 79 andares.

KK100, China
4. KK100, China – A cidade de Shenzhen ganhou arranha-céu de 441 metros, o maior do local e também o mais alto já feito por uma construtora inglesa, a Terry Farrell and Partners. O prédio tem 100 andares ocupados por um shopping, escritórios e hotel. O formato foi inspirado em uma fonte, que representa riqueza e prosperidade.

Victoria Tower, Suécia
5. Victoria Tower, Suécia – O único arranha-céu da Europa na lista fica em Estocolmo. Projetado pelo escritório de arquitetura sueco Wingardh, a fachada foi feita com painéis triangulares de vidro de diferentes cores, que dão aspecto irregular. São 117 metros e 34 andares, ocupados por um hotel e escritórios.

Great American Tower, Estados Unidos
6. Great American Tower, Estados Unidos – O arranha-céu tem uma estrutura no topo que foi inspirada em uma tiara usada pela princesa Diana. O prédio fica em Cincinnati e foi feito pelo escritório de arquitetura Hellmuth, Obata e Kassabaum. São 202 metros e 41 andares.

F&F Tower, Panamá
7. F&F Tower, Panamá – O design em espiral espelhado chamou a atenção dos juízes. O prédio comercial na Cidade do Panamá foi projetado pelo arquiteto Pinzón Lozano. São 242 metros e 52 andares, sendo que os 13 primeiros funcionam como estacionamento.

Northeast Asia Trade Tower, Coreia do Sul
8. Northeast Asia Trade Tower, Coreia do Sul – O prédio mais alto do país fica em Incheon, na região metropolitana da capital Seul. São 308 metros e 68 andares, que funcionam como hotel e apartamentos residenciais. Projeto do escritório de arquitetura Kohn Pederson Fox.

Reflections at Keppel Bay, Singapura
9. Reflections at Keppel Bay, Singapura – O arquiteto polonês Daniel Libeskin projetou um complexo com seis arranha-céus e onze prédios menores. No total, são 1.129 apartamentos residenciais. O maior deles fica na cobertura mais alta e tem 13.300 metros quadrados, distribuídos em três andares.

Tianjin Global Financial Center, China
10. Tianjin Global Financial Center, China – A cidade de Tianjin ganhou o maior prédio do mundo com estrutura somente de aço. São 336 metros e 72 andares com finalidade comercial. A fachada de vidro faz homenagem à tradicional arte com papel chinesa. Projeto do escritório de arquitetura americano Skidmore, Owings and Merrill.

Sustentabilidade na decoração

 

A sustentabilidade é um conceito que vem sendo inserido cada vez mais na arquitetura moderna. Prova disso é o destaque que muitos expositores estão dando ao tema na Expo Revestir 2013, evento de soluções em acabamentos para a construção civil que está sendo realizada em São Paulo, do dia 05 a 08 de março.


Ecobrick é um tipo de revestimento que imita tijolo. Ele é feito a partir de flocos selecionados de poliuretano expandido rígido, poliéster e blenda de isocianatos
 (Fotos: Olivia Caires)
 
A feira mostra que a sustentabilidade e a arquitetura “eco-friendly” são tendências na decoração. O evento mostra diversas oportunidades de investir em itens que minimizam o impacto ambiental, com ações como reduzir o uso de matérias-primas, evitar o desperdício de água e utilizar materiais que não agridam a natureza.

Pisos – A NeoBambu apresenta pisos feitos de bambu, que, segundo Monica Bueno, gerente de projetos da empresa, não é uma árvore e sim uma gramínea. “O bambu é renovável porque brota sozinho da própria raiz”, explica. Segundo a profissional, a resina que é utilizada na aplicação do piso é à base de água, o que também é considerado ecologicamente correto.
Se este tipo de piso sofrer raspagens em um reforma, a especialista afirma que é preciso somente lixar e reaplicar o verniz. A cola usada para aplicação é à base de óleo de mamona, produzida no Brasil, embora o bambu não seja daqui, mas chinês.


Pastilha de revestimento da Mazza usa em sua composição resíduos de louça sanitária, contribuindo assim com o meio ambiente (Foto: Divulgação)
 
Pastilhas – Para revestir áreas internas de uma maneira sustentável, a Color Mix comercializa pastilhas feitas com a casca do coco. De acordo com a marca, o material da fruta fica perfeito em salas de estar e também em móveis como a cabeceira de uma cama, por exemplo. A linha da empresa também oferece o revestimento com mosaico de castanha do pará.
A Mazza Cerâmicas também apresenta seu produto na Exposição. Toda a pastilha da empresa é feita com resíduo de louça sanitária, que pode receber esmalte liso brilhante ou fosco. “Quando utilizado esmalte reativo, ele dá nuance nas tonalidades do revestimento”, diz Ana Claudia Mazza, diretora da empresa.

Parede – O revestimento de paredes de ambientes internos pode ser feito em MDF (fibra de madeira reciclada), material que é oferecido no evento pela Decopainel. O produto vem com laminação feita de garrafa PET ou PVC. De acordo com a marca, deve-se evitar aplicá-lo em áreas úmidas como saunas e banheiros, pois o MDF absorve a água e a medida sustentável pode ser danificada.

Tijolo – A Santa Luzia criou uma imitação de tijolo de demolição, o Ecobrick. O material do revestimento é formado por flocos de poliuretano expandido rígido reciclado, poliéster e blenda de isocianatos. O produto é extremamente leve e a marca garante que é muito resistente. Pode ser usado para revestir lareiras, churrasqueiras, paredes internas e externas, fachadas e ambientes úmidos.
O Ecobrick oferece diversas opções de estilos, como os tons areia, areia envelhecido, tijolo, terracota e branco envelhecido, entre outros. O metro quadrado do material custa em torno de R$ 200.


Color Mix utiliza casca do coco como revestimento
 
Banheiro – Para o banheiro, a Docol criou o chuveiro DecolTech, que tem cinco opções de banho, sendo quatro memoráveis e uma configurada de fábrica para economizar água e energia. A seleção que visa evitar o desperdício oferece vazão de volume e temperatura controlada. A programação pode ser feita, alterada e escolhida através de um tablete. Esta novidade é um item conceito da marca e deve estar disponível para vendas em 2014.

Plantas – A GreenWall Ceramic apresenta sua solução de sustentabilidade para jardins verticais. Com um sistema feito a partir de módulos de cerâmica, por conta do formato aberto o produto permite que a raiz da planta não fique confinada, como acontece em vasos pequenos. O uso da água é racional para regar a vegetação, já que ela é feita através de gotejamento. Um cano passa pelo verde molhando tudo por igual, sem desperdício e evitando que as flores e folhas morram.

Para mais informações sobre o evento, acesse o site www.exporevestir.com.br
 

quarta-feira, 6 de março de 2013

Harmonize- se!

 
          O Feng Shui é a antiga arte chinesa de criar ambientes harmoniosos. Originou-se há cerca de 5.000 anos, nas planícies agrícolas da China Antiga. Seu desenvolvimento vem sendo desde então, aumentado e evoluído, chegando aos dias de hoje, como uma disciplina capaz de nos oferecer um sistema completo, nos ligando intimamente à natureza e ao Cósmico Seus diagnósticos e resoluções são capazes de resolver quase todos os problemas envolvendo uma casa e as pessoas que moram nela. São adaptados ao moderno estilo de vida, nos levando a entender e compreender uma sabedoria muito profunda que nos ensina a "viver em harmonia com a natureza". Em outras palavras, o Feng Shui é uma antiga arte chinesa que visa a harmonizar os ambientes em que as pessoas vivem e trabalham, conseguindo-se assim, uma vida mais feliz e cheia de Bênçãos Cósmicas. Suas leis e princípios foram desenvolvidas através dos séculos e transmitidas oralmente de Mestre para discípulo. Seria correto dizer que o Feng Shui é a antiga ciência chinesa que visa a localização de diferentes tipos de energia em um local. A palavra ciência, aqui, não tem e nem pretende ter a conotação da ciência moderna.
         Quando dizemos ciência, significa um sistema no qual os princípios e regras foram baseados em observações e dados estatísticos ao longo dos anos. Quem pode dizer que isso é superstição? A tradução literal do termo Feng Shui é Vento-Água. Mas significa muito mais que isso. Os chineses dizem que essa arte é como o vento que não se pode entender, e como a água, que não se pode agarrar. E também é o vento que traz a água das chuvas para nutrir tudo o que está embaixo. Suas teorias são baseadas no pensamento máximo chinês, o I Ching, juntamente com as leis do yin yang e cinco elementos - vitais em toda a cultura chinesa. Portanto, para se estudar mais profundamente o Feng Shui, deve-se ter em mente, que um estudo aprimorado e profundo dos 64 hexagramas do I Ching se faz necessário, e também as leis do yin yang, os opostos complementares, e os cinco elementos e seus relacionamentos.
         Toda esse estudo visa o entendimento do modo chinês de ver e entender o mundo e o universo, com seus relacionamentos e eternos ciclos de mudança.    Lembre-se sempre: "Mudança é a Lei da Vida". Tudo na natureza muda e nunca é estável. Seu eterno processo de mudança, de mutação, mostra ao homem que toda a natureza, o universo inteiro, sempre muda e evolui, nunca ficando estagnado e parado no tempo. Assim, deveríamos agir desta mesma maneira em relação às nossas vidas. Negligenciar que as coisas se transformam, é fechar os olhos para eventos que sentimos durante toda a nossa vida. É importante salientar uma coisa: o fanatismo, seja ele em qual nível que se aplique, nunca é benéfico, trazendo resultados que às vezes podem ser destrutivos e nos afastar do caminho da sabedoria. Em Feng Shui isso é uma grande regra a se seguir. As pessoas têm uma tendência natural de considerar seja o Feng Shui ou qualquer outro sistema, como uma verdade absoluta, baseando toda a sua rotina nisso, e esquecendo que dentro de nossos relacionamentos, existem outros fatores de responsabilidades. Por isso, não devemos nos afastar da vida em sociedade, e sim, passar a considerar nossa vida e a das pessoas que nos cercam, como um todo em que tudo está relacionado. Os grandes Mestres de Feng Shui do passado praticavam, juntamente com essa arte, a Medicina Tradicional Chinesa e também o Chi Kun o Tai Chi e o Nai Kun. Tais práticas sempre estiveram juntas, pois um médico chinês entende que se uma pessoa tem algum problema, isso foi gerado por alguma razão. Assim, ele vai até a casa do paciente olhar o que pode estar errado e o que pode ter gerado a desarmonia, conseguindo, assim, duas formas de diagnóstico e tratamento. Infelizmente, hoje em dia as coisas são diferentes, e poucas pessoas podem ser chamadas de Mestres de Feng Shui. Hoje em dia, o Feng Shui é praticado em todo o mundo. Seu maior desenvolvimento acontece em Hong Kong, Malásia, Singapura e Taiwan. Embora sua origem seja chinesa, os próprios chineses perderam o conhecimento dessa arte, principalmente pelas conseqüências da Revolução Cultural. Os valores foram invertidos, e muito da cultura tradicional chinesa foi esquecida e deixada em segundo plano. Aliás, é interessante notar a inversão de valores do ocidente com o oriente. O ocidente procura o oriente, em suas práticas milenares como a acupuntura, as massagens, as lutas marciais, alimentação e modo de se vestir. E o oriente está cada vez mais se ocidentalizando, buscando valores diferentes dos de sua cultura e, podemos até dizer, valores principalmente baseados no materialismo.
         Atualmente, além das "capitais" do Feng Shui, a Europa e os Estados Unidos têm tido um grande desenvolvimento desta prática, embora nem sempre preservando a tradição verdadeira. Muitas pessoas e praticantes aderem ao Feng Shui após terem certas idéias formadas, sendo muito difícil andar por um novo caminho, sem trazer a poeira e as influências dos anteriores. Infelizmente, isso tem contribuído para a desvirtuação atual do sistema, ficando a cargo do leitor e estudioso a diferenciação dos conceitos verdadeiros e dos aspectos falsamente chamados "técnicas de Feng Shui." O Feng Shui não oferece cura para todos os problemas da humanidade. Ele deve ser entendido como um dos vários sistemas existentes da filosofia chinesa, e não uma panacéia para todos os males. Ele não traz sucesso da noite para o dia, nem é uma mágica milagrosa. Mas se você aplicar seus conceitos cuidadosamente, ele fará sua vida mudar de rumo, organize sua mente!



 

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Brises e Cobogós



Nem sempre podemos usar a iluminação natural ao nosso favor. Uma solução para controlar a incidência solar é a utilização de brises ou persianas. Brise-Soleil é um recurso utilizado como "quebra-sol", que diminui a intensidade da radiação solar. Eles são instalados de acordo com o ângulo de incidência dos raios solares.


As persianas também são uma solução para a redução do calor gerado pela incidência da luz natural. Muitos dos antigos apartamentos construídos em cidades quentes, como o Rio de Janeiro vinham com um acessório em suas janelas, a persiana externa, também conhecida como persiana Copacabana. Elas são instaladas no exterior da janela, refletindo a luz e os raios infravermelhos incidentes. Reduzem cerca de 15% dos raios solares.


Nas últimas décadas, as construtoras diminuíram as instalações de persianas externas e brises, pois elas encarecem a obra. Depois da casa habitada, quem paga a energia elétrica é o comprador e este, normalmente, é mais sensível e informado sobre as economias do presente do que aquelas produzidas ao longo dos anos.


Uma solução mais econômica que os brises são os cobogós, já que estes são podem ser feitos de cimento e permitem a ventilação graças as suas aberturas. Eles impedem a incidência direta da luz solar, não impedem a circulação de ar e são esteticamente bonitos, possuem diferentes aberturas, cores e podem ser feitos também de argila, vidro e cerâmica.


       
Figura 1– Cobogós na Faculdade de Arquitetura da UFBA.
 

                          

Figura 2– Brises no projeto de uma casa.

 
Por Tainá Carvalho e Isadora Alencar

Orientação da fachada

 Bom, farei o estudo da orientação da minha fachada a partir do print screen da imagem da edificação no Google Earth.

                                      
 
A oritentação da fachada faz 26° com o Norte. Então, a partir dos nossos estudos, calculamos que o rumo é 26° nordeste e o azimute é 334°.
 
 
Visualização no autocad.

Síntese comentada do capítulo 4 - Manual do Conforto Térmico

Síntese do capítulo 4, Controle da Radiação Solar

Em lugares quentes, como Salvador, durante a elaboração de um projeto, devemos evitar que a radiação solar incida diretamente a edificação e penetre excessivamente nos ambientes, previnindo o ganho demasiado de calor. Para protejermos nossa edificação do sol, devemos estudar a Geometria da Insolação. Para entendermos a geometria solar, precisamos nos familirizar com os seguintes termos :

  • Esfera Celeste - Superfície imaginária, onde os astros são representados por suas projeções.

  • Zênite e Nadir - Se traçarmos uma linha que passa pelo observador e é perpendicular ao seu plano do horizonte, ela encontrará a esfera celeste em dois pontos: o que se situa acima do observador é denominado Zênite (Z) e aquele abaixo, Nadir (Z2).
  • Pólos Celestes - Traçando-se pelo observador uma linha paralela à que une os pólos terrestres, obtêm-se, na intersecção com a esfera celeste, os pólos celestes.
      •  
    • Altura e Azimute - Para um observador em uma dada latitude da Terra, a posição de um corpo celeste em relação ao seu plano do horizonte pode ser perfeitamente determinada a partir de dois ângulos: a altura e o azimute.

                     

    Fig. 01

    Altura e Azimute de um corpo celeste

    •  Trajetória aparente do sol - para um determinado observador na Terra, o movimento aparente do Sol é descrito como uma série sucessiva de circunferência na esfera celeste, paralelas ao equador celeste, com inclinações sobre o plano do horizonte variando em função da latitude deste observador.

    • Cartas Solares - Para determinar o ângulo de incidência do Sol sobre uma superfície específica, utilizam-se as cartas solares. que consistem na representação gráfica das trajetórias aparentes do Sol, projetadas no plano do horizonte do observador, para cada latitude específica
    . Existem vários métodos de projeção cartográfica que podem ser utilizados para representação das trajetórias aparentes do Sol, dentre os quais destacam o ortográfico, o eqüidistante e o estereográfico.




    Fig. 04

    Carta Solar para latitude de 24° Sul.

    A partir das cartas solares podemos tirar várias informações úteis, sendo a mais imediata o periodo de insolação de determinada localização. A partir dessa análise, podemos calcular se haverá nessecidade ou não, de dispositivos de proteção solar, e aonde iremos posiciona-los.

    segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

    Arquitetura Confortável...Oi?


    Síntese comentada - Manual do Conforto Térmico, Capítulo 3.

    Uma arquitetura qualificada e bem planejada é aquela em que se estabelece uma relação harmônica entre os fatores externos climáticos e ambientais e a edificação projetada. À arquitetura cabe tanto amenizar as sensações de desconforto impostas por climas muito rígidos, tais como os de excessivo calor, frio ou ventos, como também propiciar ambientes que sejam, no mínimo, tão confortáveis como os espaços ao ar livre em climas amenos. As variáveis climáticas que mais interferem no desempenho térmico das construções são as oscilações diárias e anuais da temperatura e umidade relativa, a incidência da radiação solar, a época e atuação dos ventos e os índices pluviométricos locais.

                    Em Salvador, as temperaturas são relativamente constantes ao longo do ano, com condições de clima quentes e úmidas. A partir da análise do clima, podemos fazer um planejamento do projeto, por exemplo, pela baixa variação da temperatura diária ou baixa continentalidade, é adequado que nos preocupemos com a ventilação. As aberturas devem ser corretamente planejadas e posicionadas para que haja ventilação cruzada, e para que não haja a incidência direta da radiação solar e seja necessário ultilizar climatizadores artificiais, que encarecem o projeto. Outro fator a ser considerado para o posicionamento das aberturas é o comportamento do vento. Sempre atentar para aproveitar da melhor forma a ventilação natural, sabendo que o vento tem sentido orientado do Leste paara Oeste. Para sabermos dessas informações detalhadamente, nós localizamos as coordenadas geógraficas do local a ser construído, pois a partir delas tiramos muitas informações valiosas para o projeto, como o comportamento do sol, dos ventos, topografias, etc.

                    Outra preocupação é o planejamento da cobertura. Temos que preparar a edificação para amortecer os impactos ambientais, no caso de Salvador, o mais típico é a chuva. Podemos observar que a cobertura predominante nas casas de Salvador é o telhamento com inclinação em relação ao plano horizontal dos telhados, normalmente de 30%, que é a inclinação ideal para que não seja necessário o amarramento das telhas.  A adoção de outro tipo de cobertura, como uma laje plana de concreto, seria mais trabalhosa para a construção, já que esse tipo de cobertura tem desvantagens, como acúmulos de água, que podem causar infiltrações que são evitadas com as impermeabilizações. Além de outros fatores como a estrutura de telhado ser mais leve que a estrutura da laje, facilitando a construção. As movimentações estruturais, variações dimensionais ou recalques diferenciais, devida a mudanças de temperatura ou a outros motivos, até certo limite, não compromete sua estanqueidade, por as telhas estarem soltas e sobrepostas, já as coberturas de concreto, integram a estrutura do edifício, o que pode comprometer sua estanqueidade devido à fissuração ou ao trincamento.

                Em síntese, após a leitura do capítulo 3 do livro Manual do Conforto Térmico, de Anésia Barros Frota e Sueli Ramos Schiffer, percebe-se um novo olhar para a elaboração de um projeto, que atende as necessidades de um projeto sustentável e confortável. Aprender a aliar a arquitetura ao ambiente externo é imprescindível para a excelência do resultado final. Ainda mais, que na contemporaneidade, há uma preocupação visível com a natureza e o planeta. É perceptível que cada lugar tem sua arquitetura específica, baseada nas suas características locais, e é muito importante manter essa individualidade, que muitas vezes é desrespeitada pela globalização do mundo contemporâneo, que importa e exporta arquiteturas, culturas, costumes, passando por cima da particularidade de cada lugar. Sendo assim, cada lugar possui um perfil próprio, exigindo arquiteturas diferentes para satisfazê-los.