Síntese comentada - Manual do Conforto Térmico, Capítulo 3.
Uma arquitetura qualificada e bem planejada é aquela em que
se estabelece uma relação harmônica entre os fatores externos climáticos e
ambientais e a edificação projetada.
À arquitetura cabe tanto amenizar as sensações de desconforto impostas por
climas muito rígidos, tais como os de excessivo calor, frio ou ventos, como
também propiciar ambientes que sejam, no mínimo, tão confortáveis como os
espaços ao ar livre em climas amenos. As variáveis climáticas que mais
interferem no desempenho térmico das construções são as oscilações diárias e
anuais da temperatura e umidade relativa, a incidência da radiação solar, a
época e atuação dos ventos e os índices pluviométricos locais.
Em
Salvador, as temperaturas são
relativamente constantes ao longo do ano, com condições de clima quentes e
úmidas. A partir da análise do clima, podemos fazer um planejamento do projeto,
por exemplo, pela baixa variação da temperatura diária ou baixa
continentalidade, é adequado que nos preocupemos com a ventilação. As aberturas
devem ser corretamente planejadas e posicionadas para que haja ventilação
cruzada, e para que não haja a incidência direta da radiação solar e seja
necessário ultilizar climatizadores artificiais, que encarecem o projeto. Outro
fator a ser considerado para o posicionamento das aberturas é o comportamento
do vento. Sempre atentar para aproveitar da melhor forma a ventilação natural,
sabendo que o vento tem sentido orientado do Leste paara Oeste. Para sabermos
dessas informações detalhadamente, nós localizamos as coordenadas geógraficas
do local a ser construído, pois a partir delas tiramos muitas informações
valiosas para o projeto, como o comportamento do sol, dos ventos, topografias,
etc.
Outra
preocupação é o planejamento da cobertura. Temos que preparar a edificação para
amortecer os impactos ambientais, no caso de Salvador, o mais típico é a chuva.
Podemos observar que a cobertura predominante nas casas de Salvador é o
telhamento com inclinação em relação
ao plano horizontal dos telhados, normalmente de 30%, que é a inclinação ideal para
que não seja necessário o amarramento das telhas. A adoção de outro tipo de cobertura, como uma laje
plana de concreto, seria mais trabalhosa para a construção, já que esse tipo de
cobertura tem desvantagens, como acúmulos de água, que podem causar
infiltrações que são evitadas com as impermeabilizações. Além de outros fatores
como a estrutura de telhado ser mais leve que a estrutura da laje, facilitando
a construção.
As movimentações
estruturais, variações dimensionais ou recalques diferenciais, devida a
mudanças de temperatura ou a outros motivos, até certo limite, não compromete
sua estanqueidade, por as telhas estarem soltas e sobrepostas, já as coberturas
de concreto, integram a estrutura do edifício, o que pode comprometer sua
estanqueidade devido à fissuração ou ao trincamento.
Em
síntese, após a leitura do capítulo 3 do livro Manual do Conforto Térmico, de Anésia Barros Frota e Sueli Ramos Schiffer,
percebe-se um novo olhar para a elaboração de um projeto, que atende as
necessidades de um projeto sustentável e confortável. Aprender a aliar a
arquitetura ao ambiente externo é imprescindível para a excelência do resultado
final. Ainda mais, que na contemporaneidade, há uma preocupação visível com a
natureza e o planeta. É perceptível que cada lugar tem sua arquitetura
específica, baseada nas suas características locais, e é muito importante
manter essa individualidade, que muitas vezes é desrespeitada pela globalização
do mundo contemporâneo, que importa e exporta arquiteturas, culturas, costumes,
passando por cima da particularidade de cada lugar. Sendo assim, cada lugar
possui um perfil próprio, exigindo arquiteturas diferentes para satisfazê-los.
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