segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Arquitetura Confortável...Oi?


Síntese comentada - Manual do Conforto Térmico, Capítulo 3.

Uma arquitetura qualificada e bem planejada é aquela em que se estabelece uma relação harmônica entre os fatores externos climáticos e ambientais e a edificação projetada. À arquitetura cabe tanto amenizar as sensações de desconforto impostas por climas muito rígidos, tais como os de excessivo calor, frio ou ventos, como também propiciar ambientes que sejam, no mínimo, tão confortáveis como os espaços ao ar livre em climas amenos. As variáveis climáticas que mais interferem no desempenho térmico das construções são as oscilações diárias e anuais da temperatura e umidade relativa, a incidência da radiação solar, a época e atuação dos ventos e os índices pluviométricos locais.

                Em Salvador, as temperaturas são relativamente constantes ao longo do ano, com condições de clima quentes e úmidas. A partir da análise do clima, podemos fazer um planejamento do projeto, por exemplo, pela baixa variação da temperatura diária ou baixa continentalidade, é adequado que nos preocupemos com a ventilação. As aberturas devem ser corretamente planejadas e posicionadas para que haja ventilação cruzada, e para que não haja a incidência direta da radiação solar e seja necessário ultilizar climatizadores artificiais, que encarecem o projeto. Outro fator a ser considerado para o posicionamento das aberturas é o comportamento do vento. Sempre atentar para aproveitar da melhor forma a ventilação natural, sabendo que o vento tem sentido orientado do Leste paara Oeste. Para sabermos dessas informações detalhadamente, nós localizamos as coordenadas geógraficas do local a ser construído, pois a partir delas tiramos muitas informações valiosas para o projeto, como o comportamento do sol, dos ventos, topografias, etc.

                Outra preocupação é o planejamento da cobertura. Temos que preparar a edificação para amortecer os impactos ambientais, no caso de Salvador, o mais típico é a chuva. Podemos observar que a cobertura predominante nas casas de Salvador é o telhamento com inclinação em relação ao plano horizontal dos telhados, normalmente de 30%, que é a inclinação ideal para que não seja necessário o amarramento das telhas.  A adoção de outro tipo de cobertura, como uma laje plana de concreto, seria mais trabalhosa para a construção, já que esse tipo de cobertura tem desvantagens, como acúmulos de água, que podem causar infiltrações que são evitadas com as impermeabilizações. Além de outros fatores como a estrutura de telhado ser mais leve que a estrutura da laje, facilitando a construção. As movimentações estruturais, variações dimensionais ou recalques diferenciais, devida a mudanças de temperatura ou a outros motivos, até certo limite, não compromete sua estanqueidade, por as telhas estarem soltas e sobrepostas, já as coberturas de concreto, integram a estrutura do edifício, o que pode comprometer sua estanqueidade devido à fissuração ou ao trincamento.

            Em síntese, após a leitura do capítulo 3 do livro Manual do Conforto Térmico, de Anésia Barros Frota e Sueli Ramos Schiffer, percebe-se um novo olhar para a elaboração de um projeto, que atende as necessidades de um projeto sustentável e confortável. Aprender a aliar a arquitetura ao ambiente externo é imprescindível para a excelência do resultado final. Ainda mais, que na contemporaneidade, há uma preocupação visível com a natureza e o planeta. É perceptível que cada lugar tem sua arquitetura específica, baseada nas suas características locais, e é muito importante manter essa individualidade, que muitas vezes é desrespeitada pela globalização do mundo contemporâneo, que importa e exporta arquiteturas, culturas, costumes, passando por cima da particularidade de cada lugar. Sendo assim, cada lugar possui um perfil próprio, exigindo arquiteturas diferentes para satisfazê-los.